O hino do Botafogo, cantado nas arquibancadas do Estádio Nilton Santos, originou-se de um desafio da década de 1940 que inicialmente não foi abraçado favoravelmente pelos dirigentes do clube. O Glorios não foi o único a receber presentes de Lamartine Babo. O compositor também compôs hinos nacionais para outras seleções participantes da Liga Carioca A. O BRG365! Vamos conhecer a história a seguir.
A letra do hino do Botafogo é a seguinte:
Veja a letra do hino do Botafogo:
“Botafogo Gentil!
Pura Glória do esporte brasileiro
A expressão mais viril
Da energia e do brio verdadeiro!
A lutar com afã
Tu farás, corrigindo a juventude,
Que o Brasil de amanhã
Seja a pátria da força e da saúde
Teu futuro e teu passado
Defendidos sem repouso
Façam sempre respeitado
Esse teu nome glorioso!
Origem do Hino do Botafogo
“Botafogo, Botafogo / Campeão desde 1910…”. Esse famoso hino do Botafogo foi composto por Lamartine Babo em 1946 e ainda ressoa nas arquibancadas hoje. Foi o resultado de um desafio lançado pelo apresentador Heber de Boscoli no programa “Trem da Alegria”, onde ele sugeriu que Babo compusesse um hino que o clube carioca pudesse cantar todas as semanas.
Essas composições foram lançadas em disco de vinil e intituladas marcha. A “Marcha do Botafogo” foi gravada no mesmo álbum que a “Marcha do Olaria”, com a participação do cantor Nuno Roland e orquestra. No início da década de 1940, Lamartine Babo já havia feito hinos para todos os 11 clubes que participavam do Campeonato Carioca.
Lamartine Babo quis colocar a glória preto e branco no início da obra. Depois de uma temporada inesquecível do Campeonato Carioca, em que o Botafogo conquistou 9 vitórias em 10 jogos, fez 66 gols e sofreu apenas 9, ele se voltou para o campeão carioca de 1910. O Botafogo ganhou o apelido de “Glorioso”.
No entanto, a “Marcha do Botafogo” sofreu um rejeição institucional.
Internamente no clube, o presidente, os diretores e os sócios preferiram manter a marcha oficial do Clube de futebol do Botafogo, composta por Octacílio Gomes e Eduardo Souto. Tudo isso porque Lamartine escreveu “Botafogo, Botafogo / Campeão de 1910” na composição da marcha, o que deixou alguns grupos internos do clube incomodados, pois eles se sentiram ofendidos com a alegada intenção do compositor de “apagar as antigas glórias do clube”.
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Porém, a marcha foi muito bem recebida nas arquibancadas. Com o sucesso de Lamartine Babo na rádio, a marcha começou a se popularizar e todos os torcedores do clube carioca a adotaram como música oficial. Em agosto de 1959, Tazão, que era o responsável pelos torcedores do Botafogo na época, prometeu, em entrevista ao jornal “Diário Carioca”, que antes do jogo contra o Vasco, seria tocada a marcha do Botafogo, a marcha do Garrincha e, se ganhassem o clássico, “Uma Casa Portuguesa”, música de Amália Rodrigues, com o intuito de irritar os torcedores do Vasco.
Campeão desde 1907
Campeão desde 1907
Ao longo dos anos, os torcedores preto e branco do Botafogo adotaram uma nova versão do hino. Muitos começaram a cantar a primeira estrofe com “Campeão desde 1907”, referindo-se ao título carioca que dividiu com o Fluminense naquele ano devido a uma controvérsia no final do Campeonato Carioca.
Naquela época, o Botafogo e o Fluminense terminaram com a mesma pontuação, mas o Fluminense conquistou o título por ter um saldo de gols maior. O Botafogo não aceitou e pediu uma partida decisiva para decidir o vencedor do troféu. Como não houve partida extra ou decisão final, essa situação só foi resolvida em 1996, quando Eduardo Viana, que era o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) na época, oficialmente declarou que os dois clubes foram campeões em 1907.
Você não pode perder… nunca!
Nos últimos anos, mais precisamente na última década, parte dos torcedores preto e branco do Botafogo adicionou uma frase no meio do hino. Quando cantam “Você não pode perder, para ninguém”, os torcedores gritam em uníssono a palavra “NUNCA”, para reforçar a ideia de que o clube não pode ser derrotado em hipótese alguma.
No entanto, a prática dos fãs não é unânime. Enquanto alguns aceitam esse coro, outros o rejeitam totalmente, pois essa alteração altera a estrutura da música e também fez com que os torcedores do Botafogo cantassem o hino menos vezes no estádio, justamente por causa dessa mudança na estrutura.
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“Eu não tenho nada contra o ‘nunca’ no hino. Na verdade, acho que é uma discussão boba. É algo natural, não é forçado, então eu aceito com tranquilidade. Eu acho que o que é mais preocupante é que os torcedores cantam o hino muito menos vezes. Nós deveríamos cantar mais. Isso é muito mais importante do que essa discussão.” – disse Marcelo Manoel, torcedor do Botafogo.
“A intenção de adicionar o ‘nunca’ era reforçar, mas se Lamartine Babo estivesse vivo, ele ficaria chateado, porque isso destroi a estrutura da hino. Sempre que o ‘nunca’ é gritado alto, a frase ‘em outros esportes’ fica muito mais baixa e desorganiza a ordem… Na minha opinião, a letra do hino pode mudar, nós mudamos de 1910 para 1907, mas para mim o ‘nunca’ está matando o hino nas arquibancadas.” – disse Heitor Carneiro, torcedor do Botafogo.
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