Marcelo Veiga não era apenas um técnico, mas um ícone do futebol de raiz, que fez do Red Bull Bragantino sua casa.
Sua história, interrompida pela COVID-19 em 2020, é marcada por superação e paixão.

Siga o BRG365 e conheça sua trajetória, que deixou marcas profundas no Massa Bruta e nos torcedores.
De Lateral à Lenda: A Ascensão de Veiga
Nascido em São Paulo em 1964, Marcelo Castelo Veiga começou como lateral-esquerdo, destacando-se nos campos de várzea da Casa Verde.
Apelidado de Ratão, brilhou em clubes como Ferroviário-CE (onde marcou o gol do título cearense de 1988), Santos e Internacional — time no qual conquistou a Copa do Brasil e o Gauchão em 1992.
Mas foi como técnico que Veiga escreveu seu nome na história. Começou sua jornada em 1999 no Lemense, e logo mostrou sua habilidade em montar equipes organizadas e defensivamente sólidas.
Sua filosofia? “Time que não toma gol, não perde” — e funcionava, como todos sabem.
Camisa do Marcelo Veiga(BRG365)
O Amor pelo Bragantino: 516 Jogos e Recordes
Se existe um clube que define Marcelo Veiga, é o Bragantino. Foram sete passagens no comando, totalizando 516 partidas — um recorde nacional para um técnico no mesmo clube desde 2003.
A primeira vez foi em 2005, quando salvou o time da Série A2 do Paulistão, garantindo o acesso à elite após uma década longe dela.
Mas o verdadeiro ápice aconteceu em 2007. Com um time subestimado, Veiga levou o Bragantino até as semifinais do Paulistão (onde foi eliminado pelo Santos, futuro campeão), e, meses depois, à conquista da Série C do Brasileirão.
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Na final contra o Bahia, a genialidade tática de Veiga foi decisiva, utilizando um esquema com três zagueiros que anulou o ataque baiano.
Veiga não parou por aí. Entre 2007 e 2012, manteve o Bragantino na Série B, quase conquistando a elite em 2011, e ainda revelou talentos como Paulinho, Felipe e Romarinho.
Marcelo Veiga(BRG365)
O “Ferguson do Interior” e Seus Feitos
Apelidado de Alex Ferguson do Interior pela sua longevidade, Veiga tinha um estilo único.
Defesas sólidas, contra-ataques rápidos e, acima de tudo, uma habilidade incomparável para descobrir talentos.
Ele não precisava de estrelas; ele as criava. Como? Com visão aguçada e paciência.
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Paulinho: Descoberto na 4ª divisão paulista, chegou ao Bragantino ganhando R$ 2,5 mil. Virou referência e foi vendido ao Corinthians.
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Felipe: Um zagueiro anônimo do União Mogi virou titular do Atlético de Madrid graças a um DVD que Veiga insistiu em assistir.
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Romarinho: Quase desistindo do futebol, foi resgatado por Veiga e hoje é lembrado por gols históricos.
“Ele via o que ninguém via”, dizia um dirigente. E assim, o Bragantino virou um celeiro de craques, mesmo com orçamento apertado.
Marcelo Veiga(BRG365)
A Despedida Forçada e o Legado
Em 2019, Veiga viveu um capítulo amargo. Após levar o Bragantino de volta à Série B, foi substituído por Antônio Carlos Zago, durante a fusão com o Red Bull Brasil.
“Roemos o osso e saímos na hora do filé mignon”, desabafou, referindo-se ao investimento milionário que não pôde aproveitar.
Mas seu amor pelo clube sempre falou mais alto. Mesmo desempregado, continuou morando em Bragança Paulista, tornando-se cidadão honorário da cidade.
Sua última missão foi no São Bernardo, onde quase garantiu o acesso à Série A2 em 2020, antes de ser vítima da COVID-19.
Marcelo Veiga(BRG365)
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Morte e Homenagens: O Futebol Chora
Marcelo Veiga faleceu em 14 de dezembro de 2020, após lutar por 22 dias contra a COVID-19.
O Bragantino o homenageou com uma camisa preta no jogo seguinte, e jogadores como Paulinho dedicaram emocionadas mensagens de despedida.
Seu legado vai além dos títulos. Ele construiu identidade. O Red Bull Bragantino, hoje na elite nacional, carrega o DNA de Veiga em cada vitória.
E os torcedores, sempre que veem um jovem promissor, lembram: “Esse seria mais um achado do Veiga”.
Marcelo Veiga(BRG365)
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Por Que Veiga Era Único?
Marcelo Veiga não era um técnico comum. Ele era um gestor de sonhos. Via potencial onde outros viam mediocridade. Sua lealdade ao Bragantino, em tempos de futebol mercenário, é um exemplo raro.
Veiga não era apenas o treinador de um clube; ele era a alma do Bragantino. Da base à lavanderia, ele abraçava o clube como uma família. “Ele não queria só treinar; ele queria fazer história”, resumiu um ex-jogador.
Marcelo Veiga(BRG365)
Hoje, a cada acesso do Bragantino, a cada revelação de talento, um pouco de Marcelo Veiga vive nas vitórias. Ele não morreu; virou lenda. E no futebol, lendas são eternas.
Obrigado, Veiga!
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