Em 2019, o Bragantino, clube centenário de Bragança Paulista, anunciou sua fusão com o Red Bull Brasil, dando origem ao RB Bragantino.
A notícia foi um verdadeiro terremoto para os torcedores do Bragantino: esperança, medo e muitas dúvidas tomaram conta.

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"Meu time vai deixar de existir?"
magine explicar para seu filho que o clube que ele ama pode virar outra coisa. Foi o drama de Cleber Alves, torcedor do Red Bull Brasil, mas também um alerta para os torcedores do Bragantino: "E se nosso clube virar só uma marca?".
O Red Bull, que mandava jogos em Campinas, deixaria de existir como time independente. A angústia era geral.
Questões práticas assombravam: "Se a parceria der errado, quem fica com a vaga na Série B?", questionavam os torcedores do Bragantino.
A promessa de manter nome e cores acalmou alguns, mas a desconfiança continuou. Afinal, tradição não se compra com dinheiro – e os torcedores do Bragantino sabem disso melhor que ninguém.
Torcedores do Bragantino(BRG365)
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91 anos de história x O sonho de ser grande
Fundado em 1928, o Bragantino carregava orgulho de ser um dos poucos times do interior a vencer o Paulistão (1990).
Mas a realidade era dura: orçamento apertado, públicos baixos e elencos sem estrelas. Em 2019, a média de pagantes no estádio Nabi Abi Chedid foi de 2.465 pessoas – e isso incluindo jogos contra Santos e São Paulo.
Sem os "grandes", a média despencava para menos de 900.
A Red Bull chegou como um salva-vidas: investimento de R$ 45 milhões, promessa de novo estádio e acesso à elite.
"É a chance de voltarmos a sonhar", dizia Laércio, torcedor do Bragantino que já viu o time apanhar pelo interior.
Mas e o preço? Mudar o escudo? O mascote? "Sou Beto Leão há 36 anos. Não vou virar 'Beto Touro!", brincou o ícone do clube, resumindo o medo de muitos torcedores do Bragantino.
Torcedores do Bragantino(BRG365)
Clubes da Série B: "Bom pra eles, ruim pra nós"
Enquanto os torcedores do Bragantino se dividiam, os rivais na Série B tinham opiniões bem diferentes:
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Sport e Guarani: "Nunca faríamos isso". Lucas Drubscky (Sport) foi direto: "Temos história e torcida. Fusão? Jamais!".
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Atlético-GO e Oeste: Preocupação com "regras do jogo". "Time não pode mudar de cidade como quem troca de camisa", criticou Adson Batista (Atlético-GO).
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Ponte Preta e Botafogo-SP: "Respeitamos, mas não seguimos o exemplo". Para Eric Silveira (Ponte), fusão é "inviável para um clube tradicional".
Apenas o Figueirense elogiou: "É um passo para o profissionalismo".
Já Vitória, Coritiba e Paraná preferiram ficar calados. Para os torcedores do Bragantino, a polêmica só aumentava.
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RB Bragantino: O que ganham e o que perdem?
Prós:
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Grana alta: De R$ 13 milhões para R$ 45 milhões. Dinheiro para contratar e subir de divisão.
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Estrutura: Centro de treinamento moderno e possível novo estádio.
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Sonho de acesso: O time deixaria de lutar para não cair e passaria a brigar por títulos.
Contras:
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Identidade em risco: Torcedores antigos temem virar "filial" da Red Bull.
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Público desconfiado: Se o time não engrenar, será que Bragança abraçará o projeto?
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E se der errado?: Ninguém sabe como ficariam as divisões em caso de rompimento.
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Tradição x Ambição
Vou ser sincero: entendo os dois lados. O Bragantino estava definhando, e a Red Bull trouxe esperança real.
Mas é triste ver um clube quase centenário abrir mão de parte da sua alma por investimento.
A Red Bull não é vilã – já mostrou em Leipzig e Salzburg que sabe aliar negócios e futebol. Porém, no Brasil, onde o coração do torcedor é mais forte que qualquer contrato, o desafio é gigante.
Torcedores do Bragantino(BRG365)
Se o RB Bragantino mantiver as cores, o escudo e a conexão com a cidade, pode ser um casamento perfeito. Mas se a marca Red Bull engolir o "Massa Bruta", os torcedores do Bragantino vão cobrar – e o preço pode ser alto.
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