Falar do Palmeiras sem citar Heitor é como contar a história do futebol brasileiro pela metade. Ettore Marcelino Domingues, mais conhecido como Heitor, foi um símbolo de versatilidade, garra e amor à camisa — um herói que carregou nas costas a identidade de um clube em ascensão.
Entre os grandes jogadores de Palmeiras, ele brilhou como o primeiro ídolo global do Verdão.
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Do Brás para o Mundo
Nascido em 1898 no bairro do Brás, em São Paulo, Heitor era filho de espanhóis, mas seu coração bateu verde desde cedo. Em 1916, com apenas 17 anos, ele trocou o Sport Club Americano pelo Palestra Itália, clube recém-fundado para representar a colônia italiana.
Na época, ninguém imaginava que aquele garoto franzino se tornaria o primeiro ídolo entre os jogadores de Palmeiras.
Sua estreia pelo Palestra foi discreta (um empate sem gols contra o Guarani), mas bastaram poucos meses para ele explodir.
Com finalização precisa e força física surpreendente, Heitor virou titular absoluto e, em 1917, já estreava pela Seleção Brasileira marcando gol.
Detalhe: foi o primeiro palestrino a vestir a amarelinha — um marco para os jogadores de Palmeiras.marelinha.
Quebrou Hegemonia
Na década de 1920, o futebol paulista era dominado pelo Paulistano, time de Friedenreich, a grande estrela da época. Heitor, porém, não se intimidou.
Em 1920, liderou o Palestra na conquista do primeiro título paulista da história do clube, quebrando uma sequência de quatro campeonatos do rival.
Na final, contra o próprio Paulistano, ele foi decisivo — e ainda marcou 6 gols em um único jogo contra o Internacional-SP, recorde que permanece até hoje.
Não parou por aí. Entre 1926 e 1927, comandou o bicampeonato paulista, foi artilheiro do torneio e ainda levantou taças como a Rio-São Paulo.
Seus números são de outro planeta: 327 gols em 358 jogos, média de 0,91 por partida. Para comparar: César Maluco, segundo colocado entre os jogadores de Palmeiras, tem 180 gols.
Jogadores de Palmeiras-Heitor(no meio)
Multiesportista
Heitor não era só futebol. Nos intervalos dos treinos, ele jogava basquete — e fez história também.
Em 1928, enquanto era artilheiro do Paulistão de futebol, ajudou o Palestra a conquistar o título estadual de basquete. Foi a primeira vez que um dos jogadores de Palmeiras venceu em dois esportes diferentes. Ah, e ainda praticava vôlei, tênis de mesa e atletismo!
Sua versatilidade virou lenda em 1929, num amistoso contra o Rampla Juniors (URU). Com os goleiros Amado e Jaguaré lesionados, Heitor assumiu a meta e não tomou gol nos minutos finais.
Imaginem: um atacante salvando a Seleção como goleiro! Isso só prova que ele jogava até de goleiro se precisasse — algo raro até entre os jogadores de Palmeiras da época.
Nunca saiu de campo
Heitor pendurou as chuteiras em 1931, mas não saiu dos gramados.
Virou árbitro de sucesso e apitou clássicos históricos, como a inauguração do Pacaembu em 1940 (Palestra 6 x 2 Coritiba). Sua despedida como jogador foi melancólica — dispensado pela diretoria após 15 anos —, mas seu legado já estava consolidado.
Curiosidade triste: ele não jogou a Copa de 1930 por brigas entre CBD e APEA. Um "e se" que dói no coração de qualquer palmeirense, especialmente entre os fãs dos jogadores de Palmeiras que marcaram época.
Jogadores de Palmeiras-Heitor
Herança Eterna
Heitor não fez só gols. Ele construiu a identidade do Palmeiras. Enquanto clubes como Paulistano e Corinthians representavam a elite, o Palestra (com Heitor à frente) virou o time do povo, dos imigrantes, dos operários.
Seus recordes falam por si:
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Maior artilheiro da história do Palmeiras (327 gols);
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7 gols em um jogo pela Seleção Paulista (1923);
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6 gols em duas partidas pelo Palestra (até hoje inalcançável).
Mas mais que números, Heitor deixou um exemplo de amor ao clube. Trabalhava de dia, treinava à noite e ainda virava ídolo. Como ele mesmo disse em 1966: "Já pensou um Heitor com as regalias de hoje?".
Jogadores de Palmeiras-Heitor(1ª à esquerda)
Heitor é o último super-herói do futebol amador. Um cara que jogava por amor, dividia o tempo entre o emprego e os treinos, e ainda carregava um clube nas costas.
Sua história me faz pensar: quantos talentos como ele se perderam sem o reconhecimento merecido?
Ele não teve estádios lotados com holografia ou redes sociais, mas deixou algo maior: a essência do que é ser palmeirense. Por isso, toda vez que vejo um 9 do Palmeiras entrar em campo, torço para que um pedacinho de Heitor esteja ali.
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