Pedro Caixinha e a Revolução Tática no Bragantino

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Luís

O Red Bull Bragantino passou por altos e baixos, mas sob Pedro Caixinha (2022–2024), viveu uma verdadeira reinvenção tática.

Com elenco jovem e sem grandes estrelas, o time virou sensação do Brasileirão com um estilo ousado e organizado.

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Pedro Caixinha no Bragantino(BRG365)

O Esquema: Flexibilidade como Marca

Pedro Caixinha não era adepto de um sistema fixo. Sua prancheta incluía variações como o 4-1-4-1 e o 4-2-3-1, sempre com foco na adaptação ao adversário.

Contra equipes mais fechadas, apostava em um meio congestionado, com Jadsom e Ramires trabalhando pelos lados e ajudando na criação.

Em jogos com maior pressão, o 4-2-3-1 oferecia equilíbrio, com Gustavinho ou Matheus Fernandes segurando o meio.

Mas a grande sacada era Juninho Capixaba: o lateral que virava armador. Ele invadia o meio e abria espaço para pontas como Helinho e Bruninho acelerarem pelas beiradas.

A sensação era de ver um 3-2-5 em construção, com os laterais sendo peças-chave no início das jogadas.

Pedro Caixinha no Bragantino(BRG365)

Saída de Bola: Paciência com Riscos

O Bragantino sob Caixinha prezava pela posse. Nada de chutões. A saída de bola começava com os zagueiros e volantes, buscando controlar o ritmo do jogo.

No entanto, a ausência de Léo Ortiz (vendido ao Flamengo em 2024) enfraqueceu essa construção. Cleiton, goleiro com dificuldades na saída com os pés, complicava a transição sob pressão.

O lado esquerdo era o preferido. Juninho Capixaba recebia por dentro, criava triangulações rápidas e liberava Bruninho na ponta.

Quando funcionava, era bonito de ver. Mas quando dava errado... os contra-ataques eram mortais.am a festa.

Saiba Mais: Tática ou Magia? Como o Bragantino Virou Pesadelo dos Grandes

Ataque: Mobilidade, Cruzamentos e Pivôs

Uma imagem que define o Bragantino de Caixinha: Eduardo Sasha fazendo pivô na área enquanto os pontas cruzavam rasteiro.

O time explorava muito os lados, com Helinho — artilheiro e garçom da equipe — alternando entre cortar para dentro ou ir até o fundo.

Mas não era um ataque engessado. Sasha, embora centroavante, se movimentava bastante, abrindo espaços para os meias como Mosquera ou Eric Ramires infiltrarem.

E o mais surpreendente? Até Juninho Capixaba aparecia como elemento-surpresa na área. Era um ataque com liberdade e dinamismo.

Pedro Caixinha no Bragantino(BRG365)

Pressão Alta: Tudo ou Nada

A marca registrada de Caixinha era a pressão na saída adversária. O Bragantino teve o menor PPDA (Passes Permitidos por Ação Defensiva) do Paulistão — ou seja, sufocava sem parar.

Pontas pressionavam os laterais, volantes perseguiam os meias, e o adversário mal respirava. Funcionava? Sim — mas havia riscos.

Se a primeira linha era superada, o time sofria. A linha alta de defesa, sem tanta velocidade para recompor, deixava espaços.

Em 2023, por exemplo, o Palmeiras aproveitou um contra-ataque rápido para abrir o placar. Só não venceu porque Helinho decidiu com classe no fim.

Veja Mais: Tática do Palmeiras: 4-2-3-1 e 3-5-2 em Ação

Defesa: Sólida... até certo ponto

Sem Léo Ortiz, o sistema defensivo perdeu sua referência. Luan Cândido, improvisado como zagueiro, não inspirava tanta confiança, e os gols sofridos em bolas paradas viraram rotina.

A marcação em zona mantinha a organização, mas faltava agressividade nos duelos individuais.

O meio tentava cobrir, com Matheus Fernandes e Lucas Evangelista protegendo a frente da área.

Mas em transições rápidas, o time desmontava com facilidade — um preço a pagar pela ousadia da linha alta.

Pedro Caixinha em entrevista(BRG365)

Leia Mais: Abel Ferreira e Suas Táticas que Mudaram o Jogo no Palmeiras

Legado e Opinião: Um Bragantino que ousou

Pedro Caixinha pode não ter conquistado títulos, mas deixou uma marca indiscutível: transformou o Bragantino em um time com identidade.

Mesmo com limitações de elenco, mostrou que é possível competir com organização tática, pressão alta e mobilidade ofensiva.

Claro, havia falhas — como a dependência de Helinho, a fragilidade na defesa e a falta de um finalizador nato. Mas era impossível não admirar um time que jogava “sem medo de arriscar”, como o próprio técnico dizia.

Na minha visão, o Bragantino da era Caixinha foi como uma banda de rock alternativo: cheio de atitude, estilo próprio, e com alguns deslizes que só aumentavam o charme.

Pedro Caixinha no Bragantino(BRG365)

Para o torcedor, restou a certeza: mesmo sem taças, esse time deixou saudade. 

Leia Mais: 

Claudinho no Zenit: A maior venda da história do Bragantino

Red Bull Bragantino no centro da polêmica: futebol ou negócio?

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Luís

Luís

Jornalista Luís do BRG365, formado pela UFRJ com 3 anos no Globo Esporte (3 edições do Brasileirão e Libertadores). Especialista em análises técnicas e opinativas com dados oficiais da FIFA/CBF.

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